Com o compromisso social de conscientizar a população sobre um tema delicado, o Blog do Check Lab vai tratar hoje de um assunto triste e trágico, mas necessário para a saúde pública.
Estudos recentes mostram que aproximadamente 60 pessoas são intimamente afetadas em cada morte por suicídio, já que possuem laços afetivos com a vítima. Nesse sentido, cuidar da saúde mental torna-se essencial para prevenir casos do tipo.
A importância de campanhas de conscientização
O Setembro Amarelo faz um alerta sobre o suicídio, um tema que carrega tabus e diversos estigmas relacionados. A campanha promove diversas ações de conscientização e dicas de prevenção para evitar que uma pessoa tome essa atitude drástica em relação à vida.
O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. O Setembro Amarelo é a maior campanha antiestigma do mundo e o tema de 2023 é “Se precisar, peça ajuda!”.
Nesse sentido, o apoio de familiares, amigos, colegas e profissionais de saúde têm papel fundamental para ajudar uma pessoa a superar suas dificuldades, além de conseguir o diagnóstico e o tratamento corretos de possíveis transtornos mentais.
Os sentimentos de uma pessoa que pensa em cometer suicídio geralmente são muito restritivos, com impressões e ações que a tornam incapaz de perceber maneiras de enfrentar os desafios e os problemas.
Praticamente 100% dos casos de suicídio possuem relações com doenças mentais, principalmente as não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. A depressão afeta até 25% das mulheres e 12% dos homens em algum momento da vida.
Porém, a maioria dos casos de suicídio pode ser prevenida com tratamentos psiquiátricos assertivos e a divulgação de informações de qualidade sobre o tema. Para isso, existem cuidados essenciais relacionados à saúde mental que fazem parte da prevenção.
A campanha Setembro Amarelo foi criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina. Veja como ajudar a si e às pessoas queridas para evitar essa situação trágica.
Dados sobre suicídio
O suicídio é uma triste realidade que afeta todo o mundo e gera inúmeros prejuízos à sociedade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo, são registrados mais de 700 mil suicídios por ano.
No Brasil, os registros chegam a 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia. Em números absolutos, o Brasil aparece como o oitavo país com o maior número de casos.
A Secretaria de Vigilância em Saúde, atrelada ao Ministério da Saúde, afirma que houve aumento de 10,4% nos casos de suicídio no País na população em geral, e de 30% entre os jovens, entre os anos 2000 e 2012.
Ainda de acordo com a OMS, mais pessoas morrem por suicídio do que por consequências de doenças como aids, malária ou câncer de mama, sendo a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo.
Entenda os conceitos relacionados ao tema
Há diferenças em relação aos conceitos sobre o suicídio:
Suicídio: ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção é a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal.
Comportamento suicida: pensamentos, planos e tentativa de suicídio.
Suicidabilidade: ter tentado suicídio, ter familiares que tentaram ou se suicidaram e possuir ideias ou planos de suicídio.
Como identificar riscos de que uma pessoa está pensando em suicídio
A presença de doença mental é um fator de risco muito relevante para o suicídio, mas nem todas as pessoas com doença mental terão comportamento suicida. No entanto, quase todas as pessoas que cometem suicídio (estima-se que 98,6%) possuem algum transtorno.
Os distúrbios mentais mais comuns são depressão, transtorno de humor bipolar, alcoolismo, abuso e dependência de drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia.
Pacientes com risco de suicídio demonstram alguns sinais e sintomas relacionados a problemas de saúde mental. Além disso, existem fatores de risco para que uma pessoa possa apresentar pensamentos suicidas:
- Sintomas depressivos constantes, como tristeza, perda de interesse por tarefas antes prazerosas, choro fácil, angústia persistente, distúrbios de sono, falta de apetite e desamparo.
- Isolamento social, impulsividade e agressividade.
- Quando a pessoa tem raiva constante e costuma utilizar frases deste tipo para expressar-se: “Não tenho razão para viver”, “Não aguento mais as pessoas”, “Ninguém me compreende”, “Gostaria de sumir” e “Nada na vida faz mais sentido”.
- Alcoolismo e abuso de drogas ou outras substâncias nocivas à saúde física e mental.
- Comportamentos agressivos, como violência, imprudência no trânsito, xingamentos e sentimentos negativos persistentes.
- Ser vítima de doenças graves ou incapacitantes, além de ter histórico familiar ou pessoal de doenças psiquiátricas, tentativas de suicídio e outros comportamentos autoprejudiciais.
- Ruptura de relacionamentos afetivos e conjugais, além de dificuldade para relacionar-se com outras pessoas.
- Perdas financeiras significativas e que comprometem a vida.
- Insucesso profissional, queda no desempenho escolar ou profissional, além de baixa autoestima e insegurança.
- Ser vítima de traumas, como abuso sexual na infância ou acidentes.
Formas de prevenir o suicídio
Existem alguns fatores relacionados à vida de uma pessoa que podem atuar como proteção contra o suicídio:
- Ter conversas com pessoas queridas e profissionais especializados sempre é uma boa solução. Receber uma palavra e um gesto de afeto e carinho representa uma forma efetiva de conforto e confiança.
- Qualquer ato ou “ameaça” suicida que você perceber deve ser levado a sério. Busque profissionais de saúde especializados para auxiliar essa pessoa ou a si. Demonstre também que está disposto a ajudar e a apoiar a situação.
- Preste atenção em mudanças bruscas de comportamento e procure ajuda psicoterápica para diagnosticar e tratar possíveis transtornos mentais.
- Pessoas com autoestima elevada, bom suporte familiar e capacidade positiva de adaptação possuem menor chance de cometer atos suicidas.
- Possuir capacidade de resolver problemas, ter crianças em casa e manter o senso de responsabilidade com a família também minimizam os riscos.
- Incentivar o tratamento médico de doenças mentais, pilar essencial para prevenir casos de suicídio.
Dicas para manter sua saúde mental
Além de identificar os possíveis riscos de uma pessoa ter pensamentos suicidas e adotar formas de prevenir esse ato trágico, existem dicas importantes para você manter a sua saúde mental:
- Prática regular e constante de exercícios físicos, que ajuda a manter o bom funcionamento do corpo e o equilíbrio hormonal.
- Adotar uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, para que o corpo e a mente estejam com o metabolismo regulado.
- Sono de qualidade: dormir bem é crucial para equilibrar os processos corporais e mentais.
- Ter momentos de lazer e espiritualidade, praticando atividades relaxantes e prazerosas.
- Fazer psicoterapia, mesmo que você tenha a impressão de que não precisa de apoio psicológico e psiquiátrico. Um profissional de saúde especializado encontrará a melhor forma de apoiar e manter a sua saúde mental.
- Estabelecer e aumentar os laços sociais verdadeiros com familiares, amigos, colegas e conhecidos.
- Frequentar atividades religiosas, independentemente da crença, para construir um sentido existencial e definir objetivos de vida.
- Evitar o consumo de álcool e não usar outras drogas.
- Realizar exames e consultas médicas regularmente, para manter um bom estado de saúde e curtir a vida plenamente e sem preocupações. Qualquer doença diagnosticada em estágio inicial tem mais de 90% de chances de cura, inclusive os transtornos mentais.
- Buscar e atualizar-se com informações confiáveis sobre o tema.
Como ajudar uma pessoa com pensamentos suicidas
Você pode ajudar as pessoas que têm um pensamento suicida ou estão frágeis mentalmente. Veja algumas dicas práticas:
- Sempre ouça com muita atenção o que a pessoa tem a dizer ou está sentindo, não mude de assunto.
- Não julgue e não tenha preconceitos em relação aos atos ou às palavras proferidos pela pessoa.
- Evite dar conselhos, como “você precisa sair mais de casa”, “você precisa esquecer isso” e “isso que você me disse qualquer pessoa passa”.
- Demonstre que você é alguém de confiança e evite comparar a situação daquela pessoa com a de algum outro indivíduo.
- Não ria ou faça piadas sobre a situação da pessoa. Você pode questionar diretamente se a pessoa está pensando em suicídio ou deseja morrer para, assim, indicar a busca por um tratamento médico.
- Incentive a pessoa a procurar ajuda médica e psicológica especializada. Se for o caso, acompanhe-a nas consultas e sessões de psicoterapia.
- Não deixe a pessoa sozinha, faça companhia e estimule-a a comparecer a eventos sociais. O impulso para o suicídio é transitório e pode durar minutos ou horas, por isso, a ação imediata é tão importante.
Além disso, pacientes com doenças clínicas crônicas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares, apresentam comorbidades com transtornos psiquiátricos que variam de 52% a 88%.
Conclusão
Portanto, além de diagnosticar e tratar essas doenças, é preciso ter atenção especial com a saúde mental. Cuide de você e de quem você ama para ter uma vida com mais qualidade e bem-estar. Peça ajuda se necessário e tenha um futuro melhor. Conte com o Check Up Lab.
No Check Up Lab, você tem à disposição um ambiente seguro e confortável para monitorar as suas condições de saúde de forma precisa, confiável e prática.
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- Telefone da Emergência: (92) 2125-5999
Referências:
https://www.setembroamarelo.com/
http://www.flip3d.com.br/web/pub/cfm/index9/?numero=14#page/9
https://www.setembroamarelo.com/_files/ugd/26b667_55036a1a7a524da981f83732745c06fc.pdf
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