O câncer do colo de útero, também conhecido como câncer cervical, é o 3º tumor maligno mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do de mama e do colorretal. Além disso, é a 4ª causa de morte por câncer entre a população feminina no mundo. A realização de exames preventivos e uma cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano, o HPV, de 90% do público-alvo poderiam praticamente erradicar a doença.
Mas, infelizmente, essa não é a realidade. No Brasil, 60% dos casos de câncer são diagnosticados nos estágios 3 e 4, que significam os mais avançados e difíceis de tratar, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cancerologia. Essa taxa preocupante aumenta o risco de morte para as pacientes e eleva em pelo menos 19 vezes os custos para o sistema público de Saúde e para a Previdência Social. O brasileiro, em geral, não tem o hábito de fazer check-ups médicos e exames periodicamente, o que é extremamente prejudicial e representa um sério risco à saúde.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que os casos de câncer cresçam até 70% nas próximas décadas no planeta, por causa do aumento da população urbana, dos problemas ligados às mudanças climáticas, da alimentação com déficit em nutrientes importantes e por consequências do estilo de vida e dos hábitos prejudiciais à saúde.
Com intuito de conscientizar as mulheres sobre a importância de prevenir o câncer de colo de útero, mais uma edição da campanha Janeiro Verde foi lançada em todo o país. A cor verde alerta para a prevenção e a detecção precoce desse tipo de tumor, que é “altamente evitável”, segundo classificação da ONU. Por meio de exames preventivos, como o Papanicolau, é possível identificar lesões precursoras e que tenham probabilidade de evoluir para um câncer. Se detectado precocemente, o câncer do colo do útero pode ser tratado e curado. Sem tratamento, este tipo de câncer é quase sempre fatal.
Causas do câncer de colo do útero
O câncer do colo do útero é causado, em quase 100% dos casos, pela infecção persistente do Papilomavírus Humano (HPV). Existem mais de 150 subtipos do HPV, mas os de maior risco para o câncer são os chamados oncogênicos. Entre os 14 tipos de HPV conhecidos que podem causar câncer, o 16 e o 18 são os mais prevalentes e estão presentes em 70% dos casos de câncer ou de lesões pré-cancerosas, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Estatísticas do Ministério da Saúde apontam que 75% das mulheres sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV ao longo da vida e cerca de 5% delas vão desenvolver o câncer em um prazo de 2 a 10 anos.
A infecção pelo HPV é bastante comum na população brasileira. A maior parte dos casos é assintomática e a infecção desaparece após 2 anos, sendo combatida pelo próprio sistema imunológico da pessoa. Porém, quando o HPV não é combatido pelo sistema imunológico e nem identificado precocemente, a infecção passa a ser persistente, promove alterações celulares no corpo da paciente e as lesões pré-cancerosas não tratadas podem transformar-se em um tumor.
A infecção com certos tipos de HPV também pode originar tumores em outros locais do corpo, como ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe, que também são evitáveis com estratégias eficazes de prevenção e consultas regulares com médicos especialistas.
Os tipos de HPV que não causam câncer (especialmente o 6 e o 11) podem originar verrugas genitais e papilomatose respiratória (doença caracterizada pelo aparecimento de tumores nas vias respiratórias, que vão do nariz e da boca até os pulmões). Embora essas condições sejam raramente fatais, o número de recidivas pode ser considerável. As verrugas genitais são muito comuns, altamente infecciosas e afetam a vida sexual.
Transmissão do HPV
O papilomavírus humano (HPV) é a infecção viral mais comum do trato reprodutivo. A maioria das mulheres e homens sexualmente ativos será infectada em algum momento de suas vidas e muitas pessoas podem apresentar infecções recorrentes.
O HPV é transmitido principalmente por contato sexual, genital ou pele a pele. A maioria das pessoas é infectada logo após o início da atividade sexual, por isso, é importante vacinar meninas e meninos entre 9 e 14 anos contra o HPV, antes de iniciarem a vida sexual. A vacina contra o HPV faz parte do calendário nacional de imunização, está disponível no SUS e em clínicas e laboratórios particulares.
O câncer do colo do útero também é causado por outras infecções sexualmente transmissíveis a partir de certos tipos de HPV. Pode ocorrer ainda a transmissão durante o parto.
Sintomas do câncer de colo de útero
A maior parte das pacientes não apresenta sintomas na fase inicial do câncer de colo de útero e os sintomas aparecem conforme a localização, a extensão e a gravidade da doença:
- Corrimento vaginal amarelado com odor desagradável e até sanguinolento.
- Sangramentos menstruais irregulares.
- Sangramento após a relação sexual.
- Dores em região do baixo ventre.
- Já nos estágios mais avançados, a paciente pode apresentar:
- Dores pélvicas de forte intensidade.
- Anemia.
- Dores na região lombar.
- Alterações miccionais e no hábito intestinal.
- Perda de peso, fadiga e perda de apetite.
Exame papanicolau
A triagem do câncer do colo do útero, feita pelo médico especialista a partir do exame Papanicolau e de outros tipos de análise, pode identificar lesões com tendência a virar câncer e mesmo um tumor que não apresente sintomas. As pacientes podem sentir-se perfeitamente saudáveis, mesmo com a doença já em desenvolvimento. Quando a triagem detecta lesões pré-cancerosas, elas podem ser facilmente tratadas e o câncer será evitado. O Papanicolau também pode detectar o câncer em estágio inicial, permitindo que o tratamento médico tenha uma enorme probabilidade de cura.
Como as lesões pré-cancerosas causadas pelo HPV levam muitos anos para se desenvolver, o Papanicolau é recomendado para todas as mulheres com idade entre 25 e 64 anos, principalmente, pelo menos uma vez por ano e, idealmente, com maior frequência. O Papanicolau diminui drasticamente o risco de morte por câncer do colo do útero, já que identifica a doença antes de ela surgir ou em fase precoce.
A descoberta de lesões precursoras do câncer de colo de útero somente pode ser feita por meio desse exame preventivo Papanicolau e outras análises. Esse tumor pode ser descoberto durante um exame de rotina e tem alta probabilidade de cura quando detectado e tratado no início. Por isso, os especialistas alertam: a prevenção é a melhor forma de combater a doença.
É fundamental que as mulheres procurem um médico periodicamente e sigam todas as recomendações de acordo com a faixa etária e os fatores de risco.
Fatores de risco
- Início precoce da atividade sexual.
- Múltiplos parceiros sexuais.
- Não usar preservativo.
- Histórico de verrugas genitais.
- Tabagismo.
- Pacientes com doenças imunossupressoras.
- Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais.
Prevenção
Está diretamente relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV. A principal via é a sexual e o uso de preservativo é fundamental para diminuir o risco de transmissão e infecção pelo Papilomavírus Humano.
O Sistema Público de Saúde disponibiliza a vacina contra o HPV. Ela é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 9 a 14 anos também, além de pessoas que vivem com HIV e indivíduos transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos. A vacinação é uma medida preventiva muito importante, não sendo eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existentes.
Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero.
A vacinação, o uso de preservativos durante todas as relações sexuais e a realização periódica do exame Papanicolau para as mulheres são as medidas mais indicadas para prevenção do câncer do colo do útero.
A pandemia de Covid-19 e as medidas adotadas contra o novo coronavírus afetaram drasticamente a cobertura vacinal contra o HPV, já que muitas campanhas eram realizadas nas instituições de ensino. No cenário atual, felizmente, as campanhas foram retomadas com mais intensidade.
As metas globais para a eliminação do câncer do colo de útero são a marca de 90% de cobertura vacinal contra o HPV em meninas e meninos antes dos 15 anos; 70% de cobertura de rastreamento com teste de HPV em mulheres de 35 a 45 anos; e 90% de cobertura de tratamento de doenças do colo do útero (pré-câncer e câncer), incluindo cuidados paliativos.
Apesar da pandemia, é importante reforçar que a cobertura vacinal contra o HPV é considerada insatisfatória há algum tempo.
Exames laboratoriais para HPV
Prevenir o câncer de colo do útero é possível com o diagnóstico precoce da infecção do principal causador que é o vírus do HPV.
Existem diversos tipos de HPV (papilomavírus humano) e alguns apresentam maiores riscos de desenvolver lesões pré-cancerosas e tumores, principalmente o 16 e o 18.
A taxa de câncer de colo do útero no Amazonas é bem maior que a média do país e o fato de ser uma doença prevenível, é altamente recomendada a realização de consultas e exames médicos periodicamente.
Para a detecção do HPV, o Check Up Lab oferece atendimento com exames que detectam os principais tipos do vírus que causam o câncer de colo do útero.
Com o atendimento pelo WhatsApp, você pode solicitar o orçamento dos exames e depois agendar a coleta, basta tocar/clicar no botão abaixo:
Dados locais
Na série histórica de 2016 a 2021, Manaus registrou a cobertura vacinal de 53,63% para meninas de 9 a 14 anos, e de apenas 35,43% para meninos, que até então era de 11 a 14 anos. O levantamento é da Gerência de Imunização da Semsa.
Por exemplo, no Acre, apenas 33,6% do público-alvo está vacinado, no Rio Grande do Norte, 46,2%, Pará, 43,9%, Rio de Janeiro, 44,6%, Santa Catarina, 65,2%, Minas Gerais, 66,8% e Paraná com 72,7%.
A baixa adesão ao Papanicolau também está associada a disparidades sociais, menor renda, nível educacional e múltiplos parceiros sexuais.
Tratamento
Vale a destacar que a prevenção sempre é a melhor estratégia. A avaliação regular e periódica com um ginecologista pode detectar qualquer lesão pré-cancerosa ou um câncer de colo de útero nas fases mais iniciais. Em relação a esse ponto, a realização do exame Papanicolau é fundamental.
Há outros procedimentos mais simples para o câncer de colo de útero em estágios não avançados, como a coleta do material preventivo, a colposcopia e a conização – procedimento cirúrgico que retira uma parte do colo do útero para biópsia.
Outros tratamentos envolvem a remoção completa do tumor, também conhecida como cirurgia de Wertheim, radioterapia, braquiterapia (tipo de radioterapia interna, na qual o material radioativo é inserido dentro ou na região próxima ao órgão a ser tratado), quimioterapia ou a combinação dessas estratégias.
O tratamento do câncer do colo do útero pode variar dependendo do estágio, tamanho do tumor e fatores como idade e desejo de ter filhos. É importante reforçar que os métodos de tratamento somente podem ser escolhidos após avaliação e orientação médica.
Para ter uma vida com mais bem-estar e menos risco de desenvolver câncer de colo do útero, realize consultas e exames médicos periodicamente e assim poder aumentar sua prevenção contra essa e outras doenças.
Agende facilmente uma consulta com um ginecologista ao clicar/tocar no botão abaixo:
Para atendimento e localização do Check Up Lab, clique/toque no botão abaixo:
Caso prefira fazer o agendamento por telefone ou se ficou com alguma dúvida, abaixo estão os contatos à sua disposição:
- Central de Atendimento: (92) 2125-5959
- WhatsApp: (92) 99116-6003 (exclusivo para exames laboratoriais)
- WhatsApp: (92) 99116-6045 (serviços de consultas e exames médicos)
- Telefone da Emergência: (92) 2125-5999
Referências:
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